sábado, 22 de setembro de 2012

Porque ser professor???



Ontem estava com uns amigos e meu marido, num encontro ocasional de fim de semana. 
Todos conversando e bebendo, falando sobre infância, estudos, e umas fases engraçadas que a gente só conta em off. Eu estava num canto mais afastada com uma amiga que cursa Letras, e nós, sem muito aprofundamento, começamos a falar sobre o dilema do "ser professor". Falar sobre POR QUE SER PROFESSOR? sempre nos leva a varias respostas do porque NÃO SER PROFESSOR. Afinal ser professor, todos sabemos que é uma atividade exercida POR amor. Mas não foi por isso que eu vim escrever aqui... Tem coisas que nós pensamos e é importante que não esqueçamos, um Diário serve para isso, guardar.
Bom, e a conversa me fez pensar na minha trajetória, na trajetória de muitos, talvez... 
Quando criança somos tão permissíveis, temos alguns referenciais: pai, mãe, família, e o que é certo e errado não passa de uma imitação. Brigamos e nos reconciliamos ao mesmo tempo, choramos e sorrimos, sem mais questionamentos, as cores são absolutas em si mesmas, o tom de pele, o gordo, o magro, o feio e o bonito... Adjetivações que aos adultos se tornam tão custosos, aos olhos das crianças sem importância. Mas a sociedade os corrompem, a se alinharem à estereótipos  cruéis e desumanos. Nós professores temos um papel importante e privilegiado,  podemos contribuir na construção de crianças diferentes, crianças mais humanas, crianças mais crianças, um levante contra a maré... Mas e porque não? Todos os professores foram crianças um dia, e deve se lembrar da alegria de ir a escola... Como o novo, o inédito, o conhecimento se tornava algo apaixonante....Quando crescemos a sociedade a tudo formaliza, formaliza seu gosto, seus modos, seu corpo...aquela espontaneidade infantil, é alinhada, "polida". Nós professores quando crianças também fomos polidos, a pensar, a gostar, a amar e odiar conforme parâmetros convencionais, mas, nem sempre consensuais.  Cabe a nós professores frouxar essas amarraduras, frouxar sim, de modo a possibilitar para aqueles que desejam, vislumbrar outros horizontes, olhar com seus próprios olhos.
Nós professores somos privilegiados, temos na licenciatura a oportunidade de regredirmos, se tornamos mais uma vez permissíveis a novos olhares e novos horizontes, as cores tão pesadas, são vistas como cores, singelas cores, decodificamos as nossas vivências e desatamos os nós, alguns nós. E enquanto estamos neste meio somos mais uma vez desprendidos das amarraduras, mas duras. Que nos cega á ver o outro, que nos turva a ver nós mesmos... E quando retornamos a sala de aula, é neste momento que nos é ofertados dois caminhos: ou partilhamos isso com nossos alunos, ou polimos novamente nossa liberdade expressiva, sensatamente construída, e mais uma vez, assim como na infância nos deixamos polir... Alinhar... Cabe a nós professores decidir... A que caminho trilhar... Temos uma segunda chance.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, Obrigado por comentar no Diário do Educador.