terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Pequeno Principe



O Pequeno Príncipe, quando levamos este titulo a nossa boca e falamos sobre, logo vem a mente de quem escuta-nos falar uma narrativa infantil permeada por acontecimentos fantásticos representadas por personagens estereotipados que servem apenas para que as crianças encantem-se com esses acontecimentos pouco antes de dormir.
            De fato, temos sim acontecimentos fantásticos, e qual criança não se encantaria com a estória do pequeno de cabelos dourados, no entanto, se fecharmos os olhos nesse exato momento, antes de avançar na leitura deste mais que breve artigo quantos e quantos acontecimentos fantásticos podemos numerar em nossas vidas? Quantos pequenos ou pequenas dos cabelos dourados, ruivos, negros ou como queiram imaginar não nos trouxeram como facas afiadas marcas em nossas vidas? Sejam elas boas ou ruins, sejam os tais eventos tristes ou alegres, é disso que fala o Pequeno Príncipe, que em sua saga, com ajuda de gaivotas que migram pela Via-Láctea, vem nos contar sua Estória, que fala mais aos adultos que as crianças.
            Podemos dizer, sob um prisma mais analítico, que o Pequeno Príncipe, manifesta uma mescla de sentimentos individuais que emergem na modernidade, mas do que mesmo estávamos falando? Ok, falamos sobre um pequeno garoto, sozinho em um deserto sem ninguém para conversar ou para brincar depois de ter caminhado por vários planetas, onde o que pôde encontrar foi apenas mais sentimentos confusos, solidão, inquietude e nenhuma resposta. Qual igual seria esse momento do Principezinho com o homem moderno nos desertos líquidos das grandes cidades, vagando nos ônibus lotados, nas grandes estações de metrô, nos incêndios surdos do transito, qual sozinho e absorto da realidade de si mesmo está esse homem?



            O nosso pequeno herói passeia pelas linhas da historia do homem, e como este pensa e se posiciona pelas lógicas de manifestação encontradas, passamos, pelos vícios do mundo, com carrancudo beberrão, pela inquieta chama que antecipa a luz elétrica com o nosso incansável acendedor de lâmpadas, ademais, temos nosso rei e suas regras que devem ser cumpridas para que dessa forma seja feita sua vontade e assim seja provada sua autoridade, destarte ele mesmo, o rei, nos fala: A autoridade repousa sobre a razão, nunca exija nada além do que seus súditos possam cumprir. Isso seria um pouco de Maquiavel? Teoria do estado em formação?
            Bom, podemos notar que Saint-Exupéry era bem mais politizado do que pensávamos, mas não é sobre esse foco que ele irá se concentrar. Depois de todos esses pontos encontrados nos planetas antes da terra, o pequeno príncipe saca de sua cartola, se ele tivesse uma, sua formula de como este Homem moderno ainda pode lidar com os sentimentos afetivos nutridos por séculos de formas diferentes nas mais diversas culturas, mas que vem se esfacelando pela conduta do homem desde uma leitura mais geral a uma concentrada em um individuo apenas, este último seria sempre uma mostra do todo.
            O empasse que passa o Pequeno Príncipe, desde o inicio, é aprender a lidar com aquilo que sente, o sentimento de solidão por está naquele planeta tão pequeno e frio, o amor fugaz que tem por sua ingrata rosa, que por saber que o Principezinho à tinha em sua mais alta estima tripudiava com seus caprichos a todo o momento, leva tempo até que ele se encontre e possa compreender aquilo que sente pela rosa, entender que aquilo ainda não era o que ele procurava nem o fazia de fato feliz. Você pode parar um pouco agora e pensar nas suas paixões, carros, livros, comidas, enfim, pensar até que ponto elas são suas, ou até que ponto elas lhes são impostas por sua sociabilidade, por seu Habitus, destarte, cabe pensar, como se sentiria sem que pudesse a todo momento saciar suas paixões...


     Após, passagens breves pelos planetas, que anteriormente já foram citados, o Pequeno Príncipe, chega a terra, onde aprende a serpente sobre a maldade humana e sobre a confiança que devemos depositar ou não nas pessoas. Logo em seguida temos o encontro com o que seria a segunda paixão do principezinho, temos aqui uma construção filosófica de como nos apegamos, de como nos apaixonamos e chegamos a amar alguém, e é neste ponto que me detenho deixando para os que não leram ainda o Pequeno Príncipe um convite especial a se encontrarem nesta obra de pouco menos de 100 páginas, e aqueles que já leram a obra a revisitarem estas com um olhar mais atento e sensível ao que vem nos dizer este pequeno garoto que caiu do asteroide B612.


Segue um trailler da mais nova versão do Pequeno Pricipe


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